Você piscou, e o tamanco de madeira voltou para as vitrines mais desejadas do mundo. Mas calma, antes de torcer o nariz, você sabia que ele já foi símbolo de revolução na moda?
O tamanco nasceu lá atrás, no século 17. Usado por camponeses na Europa, justamente pela durabilidade da madeira. Nos anos 70, ele era símbolo de liberdade, um sapato pesado que gritava independência. Já nos anos 2000, ele voltou repaginado: salto bloco, tachinhas e aquele ar de quanto mais estranho, melhor. E na última temporada, ele retorna com salto anatômico, uma madeira mais leve, tiras em jeans, couro, estamparias e até transparência. Grifos como Coloé apostaram nele na última temporada. Sabe por quê?
A moda está resgatando o artesanal, o natural e o conforto, mas sem perder o estilo. E dessa vez, ele não veio sozinho. Ele trouxe também o seu primo, o Klogg, que já teve a fama de sapato de hospital. Agora reaparece com prints, texturas e um acabamento de luxo. O tamanco dá altura, ele é resistente, tem personalidade e combina tanto com looks borro até uma alfaiataria. Já o Klogg é um desafio de styling. As ousadas se permitem mais. Ele exige proporção, então é preciso equilibrar quando você faz essa escolha. E é aí que muita gente erra. O tamanco também não foi um sapato fácil sempre. Ele é barulhento, na maioria das vezes é desconfortável, é preciso do ângulo certo. Ele é completamente fora dos padrões delicados que uma época a moda exigiu. E talvez seja por isso que ele volta. O desconforto visual virou o novo luxo. E se a moda é um reflexo de um comportamento, o Clog é um reflexo de uma geração que não quer mais agradar. Quer marcar a presença.
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